A seguir, confira nosso texto sobre "A terapia não é neutra" feito por psicóloga Comportamental Online para você.
Quando falamos em saúde mental, muitas vezes a narrativa gira em torno do indivíduo: suas emoções, seus comportamentos, seus pensamentos. Mas será que a nossa experiência psicológica pode ser compreendida sem levar em conta o ambiente em que vivemos? A resposta é não. Nossa história de vida, nossa classe social, cultura, etnia, gênero, orientação sexual e religião influenciam diretamente nossas vivências emocionais.
O ambiente que nos forma
A Análise do Comportamento entende que o sujeito não pode ser separado do contexto em que está inserido. Nossos sentimentos e ações não surgem no vazio; são aprendidos, modelados e reforçados pelo meio em que vivemos. Se uma mulher negra enfrenta desafios constantes no mercado de trabalho por conta do racismo estrutural, se uma pessoa LGBTQIA+ lida com rejeição familiar ou discriminação social, se uma mulher periférica experimenta dificuldades econômicas severas, essas experiências terão impactos diretos na sua saúde mental.
Terapia, então, não é apenas sobre “mudar o pensamento” ou “regular emoções” – é sobre compreender a funcionalidade dos comportamentos em um contexto maior.
Como a realidade social impacta sua vida emocional?
- Relações de poder: Certos grupos têm mais acesso a recursos, oportunidades e espaços de acolhimento, enquanto outros enfrentam barreiras constantes.
- Exposição ao estresse crônico: Desigualdade econômica, discriminação e precarização das condições de vida geram estados de alerta contínuos, que podem se manifestar em ansiedade, exaustão e dificuldades de regulação emocional.
- Reforços e punições sociais: Os comportamentos que desenvolvemos são constantemente modelados pelo ambiente. Se expressar sua identidade é seguido de punição social, a tendência pode ser de inibição e sofrimento.
O papel da terapia: entender, acolher e transformar
A terapia baseada na Análise do Comportamento não busca apenas que a pessoa “se adapte” a uma realidade adversa, mas que compreenda os contextos que influenciam seu sofrimento e encontre caminhos viáveis para mudança. Isso significa que o terapeuta precisa olhar para além da subjetividade individual e considerar as barreiras estruturais que impactam a vida da pessoa.
- Autoconhecimento dentro do seu contexto: Identificar quais contingências moldaram seu comportamento e como elas ainda afetam sua vida.
- Construção de estratégias práticas: Analisar as relações de poder e os reforçadores disponíveis para encontrar caminhos que possibilitem maior autonomia.
- Validação das vivências: O sofrimento não é individualizado; ele faz parte de um sistema maior. Nomear e entender isso é essencial para promover mudanças reais.
Terapia como ferramenta de transformação
A terapia não precisa ser um espaço neutro, mas sim um ambiente de acolhimento e análise crítica. É possível compreender seu sofrimento sem ignorar os fatores externos que o agravam. Afinal, muitas das angústias que enfrentamos não são apenas sobre nós – são sobre o mundo em que vivemos.
Se você busca um espaço terapêutico onde sua realidade seja compreendida e respeitada, a Análise do Comportamento pode oferecer um caminho de entendimento e transformação. Vamos conversar?

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